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domingo, 19 de junho de 2016

A igreja de hoje comparada à igreja primitiva

O que será que existe de semelhante entre a igreja primitiva e a igreja atual? Absolutamente nada. Já começamos com os prédios. As igrejas antigas eram simples, e as de hoje quanto mais luxo melhor. Na igreja primitiva as pessoas se ajudavam, reuniam-se diariamente, partiam o pão em suas casas e juntos, com os irmãos. (“E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações”), At.2-42.

Participavam das refeições, com alegria e sinceridade de coração. At.2-46. Respeitavam-se mutuamente, eram simples, não eram autoritários, andavam sempre em retidão, pois já esperavam a vinda iminente do Senhor Jesus, e para isso queriam estar preparados. 
Existia respeito entre pais e filhos. Quando um pai decidia receber a Cristo e ser batizado, ele era seguido pelos seus filhos em sua decisão. Todos tinham o dever de treinar grupos e conduzi-los à comunhão com os outros cristãos. Repartiam os bens entre todos, segundo a necessidade de cada um. Quando havia alguma carência física ou espiritual, a igreja se organizava para que o problema fosse resolvido. Eram incentivados a orarem uns pelos outros. Eles estavam sempre prontos e dispostos a falar com Deus, em nome de Jesus em qualquer circunstância.
E nós estamos dispostos a orar por algum irmão necessitado a qualquer hora? Acho que hoje em dia, nem os pastores fariam tal proeza.
Eles perseveravam no ensino dos apóstolos, e na alma de cada pessoa havia pleno temor, (que é um estado de adoração contínua) pela presença majestosa de Deus operando milagres e maravilhas no meio deles e entre a multidão que ia se convertendo pelo Espírito Santo. Tais atos eram um testemunho poderoso em Jerusalém e em muitas outras partes. A igreja não permitia que a ninguém faltasse o necessário para viverem. Todas as colaborações eram voluntárias e generosas, acompanhadas de muita oração e manifestações de louvor e satisfação.
Para eles, o mais importante era estar bem com os seus semelhantes, e poderem estar juntos com seus irmãos de fé. Faziam cultos nos lares das pessoas, não havia hora nem local determinado, não possuíam locais fixos para adoração. Quando era à hora, eles simplesmente se reuniam e comungavam do Espírito de Deus. Eles trabalhavam despreocupados de terem um local próprio. Para eles a igreja existia pelo que seus membros faziam e pensavam, não pela posse de bens materiais. 
Como vemos, aquela igreja não tem nada a ver com as igrejas de hoje. A grande maioria deseja crescer tanto, que não mais conhece seus membros. Eles não passam de números de inscrição em seus computadores, ou às vezes, existe alguma anotação quanto ao dízimo ofertado pelo membro.
As ovelhas são apenas participantes alheias daquele aprisco, pois para chegar perto do pastor existe uma enorme barreira. Hoje, vemos crentes tristes, introvertidos, com problemas materiais e espirituais que não conseguem compartilhar com ninguém. A alegria deve ser o estado de ânimo do crente, não apenas uma euforia momentânea ou eventual, pois isso é próprio dos que não depositam sua fé e até a própria vida aos cuidados do Senhor. Todas essas coisas, são frutos do Espírito Santo. E o que será que a igreja tem ensinado a seus membros acerca do Espírito Santo? Algumas dizem que o Espírito Santo só existiu no Pentecostes no tempo dos Atos dos Apóstolos, outros que você deve buscar sempre, sem ensinar como buscá-Lo verdadeiramente.
A igreja de hoje para tentar se equiparar a igreja primitiva, teria primeiramente que abdicar de toda a sua soberba, egoísmo, superioridade, exclusão, preconceito, e outros tantos adjetivos próprios de quem possui o ego muito inchado. Nada há de semelhante à verdadeira igreja de Jesus Cristo. Hoje é cada um por si, e a grande maioria pratica a “lei de Gerson”. Querem levar vantagem em tudo, fazendo com a igreja e seus superiores uma eterna barganha para obterem cargos dentro da instituição. Por mais que tentemos imitar a igreja do início do Cristianismo, nada poderá ser feito se antes não tivermos a plenitude do Espírito Santo, para que o homem saia do pecado e do erro.
A igreja de hoje precisa se lembrar que só Jesus Cristo é o líder, em detrimento da liderança humana. Jesus é o centro, e a autoridade única na igreja. Só dessa maneira voltaremos a vivenciar a verdadeira teologia, expressa no Novo Testamento.
“E conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que sejais tomados de toda a plenitude de Deus.” Ef. 3-19.
Se Cristo já fundou sua igreja porque existem pessoas fundando outras igrejas e dizendo que Cristo as mandou fundarem?
Cristo não mandou os discipulos fundarem igrejas e sim irem e fazerem discipulos!

Na igreja primitiva havia unanimidade de propósito (Atos 2:46)
Na de hoje, há inúmeras divisões

A igreja primitiva se reunia em casas (Rm. 16:5; I- Cor. 16:19)
A de hoje se ajunta em suntuosos templos

Na igreja primitiva todos tinham unção (I-João 2:20 e 27)
Na de hoje, há um pequeno grupo de “ungidos do Senhor”

A igreja primitiva era dirigida pelo Espírito Santo (At. 15:28; At. 16:6-7)
A de hoje é governada por “grandes homens” de Deus

Na igreja primitiva havia repartição de bens (At. 2:45; II-Cor. 8:13-15)
Na de hoje, cada crente tem que buscar sua “benção”

Na igreja primitiva todos cantavam com salmos, hinos e cânticos espirituais (Ef. 5:18)
Na de hoje, há “ministérios” de louvor

Na igreja primitiva havia unção de óleo sobre pessoas (Tg. 5:14)
Na de hoje, a unção é sobre objetos

A igreja primitiva elegia seus obreiros (At. 6:3-5; 14:23; 15:22; I-Cor. 8:19)
Na de hoje, eles são escolhidos pelos pastores

Na igreja primitiva os obreiros não queriam ser pesados a ela (At. 20:33-34)
Na de hoje, eles sugam os seus recursos

Na igreja primitiva os obreiros reconheciam que eram pecadores (I-Tim 1:15)
Na de hoje, eles se consideram super-crentes

Na igreja primitiva os obreiros estavam aprendendo e crescendo (Fp. 3:12-14; 4:11)
Na de hoje eles se acham infalíveis

A igreja primitiva disciplinava seus membros (Mt. 18:15-20)
Na de hoje só os pastores o fazem, e quando fazem

A igreja primitiva era perseguida (At. 8:1)
A de hoje, muitas vezes, é perseguidora

Na igreja primitiva o Senhor avivava os corações (At. 4:31)
Na de hoje, o “avivamento” é produzido pelos homens

Na igreja primitiva a sabedoria vinha de Deus (Tg. 1:5)
Na de hoje, vem dos cursos de teologia

A igreja primitiva não tinha nada e era cheia de graça (At. 3:6; Ap. 3:8)
A de hoje tem muito e não possui nada

“Quem é minha mãe e quem são meus irmãos? E, estendendo a mão para os discípulos, disse: Eis minha mãe e meus irmãos.” (Mt. 12:48-49)
Temos ue ser “Mais do que uma igreja, uma família”! 
De um modo geral, a igreja tem se organizado e vivido como mais uma instituição moderna no mundo. Há reuniões programadas, líderes (que à vezes se apresentam como donos), prédios e uma quantidade variável de membros, que muitas vezes se comportam como clientes de produtos religiosos. E é só. Não há comunhão fraterna entre os membros, com real envolvimento afetivo entre eles. Somos expectadores de um espetáculo espiritual, mas não companheiros na jornada da vida cristã Ora, a família não é "mais que a igreja", porque esta é a família de Deus (Ef. 2:19; Gl. 6:10).Os crentes não são como irmãos, mas o são de fato, porquanto todos foram gerados pelo mesmo Pai (I-Jo 3:1). Viver em comunhão é refletir o caráter de Deus ao mundo, é pregar eloquentemente sem palavras. Comunhão significa dentre outras coisas em compromisso, envolvimento e afetividade. Só assim poderemos cumprir diversos preceitos bíblicos como, por exemplo, chorar com os que choram, se alegrar com os que se alegram, praticar hospitalidade e compartilhar as necessidades uns dos outros (Rm. 12:9-15; I-Jo 3:17). O nosso laço é não apenas com Deus, pois Ele nos uniu a todos (I-Cor. 12:12-26). Não podemos, pois repetir a cínica interrogação de Caim: "Sou eu guarda do meu irmão?” (Gên. 4:9).
Quando a igreja foi formada viveu uma autêntica contracultura e impressionou o mundo de sua época. As barreiras sociais e étnicas caíram por terra e a comunidade cristã era uma grande família, em seu sentido mais profundo: “Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum.” (At. 2:44). O historiador francês Paul Veyne afirmou que a sociedade romana foi impactada pelo comportamento amoroso da igreja, a qual ela chamou de “obra-prima”. Embora haja discussão sobre a maneira como os discípulos administraram os bens, não temos como negar que entre eles havia um senso de comunhão muito forte, que era originado na graça de Deus (At. 4:33-35; II-Cor. 8:1-4 e 9:12-15).No século XVI, os anabatistas tentaram viver o cristianismo de forma autêntica, recuperando o sentido de comunhão fraternal da igreja. Assim, o anabatista Ulrich Stadler escreveu em 1537: “Quando cada membro ajuda igualmente o corpo inteiro, o corpo cresce, e há paz e unidade, se cada membro cuida do outro”. Outros grupos fizeram o mesmo esforço no decorrer da história como os quakers no século XVII e os metodistas no século XVIII. 
Precisamos imediatamente restaurar o sentido bíblico da igreja, para que ela seja de fato aquilo que Deus planejou para ela: comunidade amorosa de homens e mulheres regenerados pelo poder do Espírito Santo. Mas porque fracassaram, porque seguiram o exemplo das igrejas oriundas do Catolicismo, com seus predios e cerimoniais e não das igrejas simples que seguiam os ensinamentos dos Apostolos e de Cristo.

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